LANCAMENTO DO COLETIVO DE ENGENHEIROS E ENGENHEIRAS NEGROS ANDRÉ REBOUÇAS DO SENGE-SE

O lançamento do coletivo de engenheiros e engenheiras negros André Rebouças do Senge-SE foi realizado com bastante sucesso e contou a presença das entidades de engenharia, do movimento negro e da sociedade em geral.
No dia 31 de agosto de 2018 no Auditório da Associação dos Engenheiros Agrônomo do Estado de Sergipe, Aease, o Sindicatos dos Engenheiros de Sergipe- Senge, teve a honra de receber os engenheiros e engenheiras sergipanos e as diversa entidades do movimento negro do estado para celebrar o lançamento do Coletivo de Engenheiro e Engenheiras Negros André Rebouças
As várias entidades do sistema Confea da regional de Sergipe se fizeram presentes entre elas o Conselho Regional de Sergipe (CREA), a Associação Brasileira de Engenharia Elétrica de Sergipe (ABEE-SE), a Associação Sergipana de Engenharia de Segurança do Trabalho (ASSEST), a Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea (MUTUA), Associação Brasileira dos Engenheiros Civis (ABENC), Associação dos Geólogos do Estado de Sergipe (AGESE), a Associação dos Engenheiros Agrônomo do Estado de Sergipe (AEASE) e o CREA Jr.
Muita das entidades do movimento negro e de religiões de matriz africana, prestigiaram o evento de lançamento do coletivo, como Instituto Braços, Unegros do Sintise, Poemas do Brasil, Comunidade Ojú Ife, Coletivo Ekedis e Ogans, Movimento Negro Unificado (MNU), Omolaiye, Núcleo de estudos Afro Brasileiros e Indígenas da (NEABI/UFS), Abaçá São Jorge além de grande número de militantes do movimento negro, estudantes e sociedade em geral
Na abertura foi anunciada pela engenheira civil Elaine Santana, a formação da mesa que foi composta pelo engenheiro químico Valdir Zacarias coordenador do Coletivo, engenheiro agrônomo Arício Resende Presidente do Crea-SE, Carlos Antônio Magalhães presidente do Senge-SE, Severo D’Acelino representante da Casa da Cultura Afro Sergipana entre outras entidades, professora Dra. Sônia Meire da UFS e do PSOL, engenheiro Agrônomo Fernando presidente do Aease e o economista Ivan Oliveira diretor do sindicato do fisco (Sindifisco) e representante do Movimento Negro Unificado (MNU). Todos no momento de suas falas parabenizaram a iniciativa da criação do coletivo e enalteceram a importância do surgimento de uma entidade que se compromete com luta contra o racismo e o preconceito racial no âmbito da profissão de engenharia que é vista por muito como uma classe elitizada, e ao mesmo tempo que pretende apoiar as demais entidades do movimento negro sergipano nos seus processos de luta contra a eliminação do racismo, do preconceito e da discriminação racial. O engenheiro químico Valdir Zacarias, em sua fala, fez uma explanação sobre a “chegada” dos negros no Brasil colonial e a suas péssimas condições de vida, as influências das teorias racistas que tentaram justificar a escravidão do negro pela suposta idéia de ser uma “raça inferior”. Ressaltou ainda as leis que lentamente foram outorgadas por exigência externa (Inglaterra) da eliminação da escravidão como processo de produção econômico e conseqüente libertação dos escravos negros suscitada, também, pela resistência de diversos intelectuais negros, entre eles o Engenheiro negro André Rebouças, e escravos negros e negras fugitivos que criaram os diversos quilombos Brasil à fora. Não pode deixar de falar sobre o processo de “higienização da raça brasileira operada pelo branqueamento da população e por fim o lançamento da população negra para o perverso precipício de estado de miséria e pobreza pelas elites do país, situação que perdura ainda no presente século. E concluiu que a gritante e clara diferença que separa a população negra da população branca não se trata de mera divisão de classe social, mas de uma perversa política de ralação racial que não é capaz de estabelecer no país uma verdadeira democracia racial.
No lançamento do Coletivo de Engenheiro e Engenheiras Negros André Rebouças, foi proferida a palestra, ministrada pelo Professor Dr. Kleber Fernandes de Oliveira Coordenador de Planejamento e Avaliação Acadêmica (COPAC) da Universidade Federal de Sergipe (UFS) com o tema: “Cotas Raciais: por que e para quê?”, provocando um intenso e interessante debate entre os participantes. Após a palestra, iniciado o debate com os presentes, foi feita a reivindicação da Sra. Sônia, represente da Comunidade Ojú Ife, que cobrou a participação dos engenheiros do coletivo em ajudar na solução de problemas de acústica nos terreiros das religiões de matriz africanas. E a participação da estudante de engenharia civil Luana Dias, que afirmou a importância das cotas raciais para ela, além de relatar as dificuldades para acompanhar e se manter no curso. Foi um momento de grande emoção para todos e todas.